Eneva acredita que a transição energética precisa ser feita levando em consideração a acessibilidade, confiabilidade e resiliência para viabilizar uma transformação que seja segura, feita de forma acessível à população. Essa foi a discussão colocada, nesta sexta, 6, pelo diretor de engenharia da Eneva, Rafael Coitinho, ao participar da mesa Transição Energética e Novas Fontes de Energia, na última tarde do Rio Innovation Week 2023.
Coitinho destacou que o Brasil precisa trilhar o seu próprio caminho no debate da transição e deve evitar importar soluções que podem não se encaixar na sua realidade. Para ele, o país tem ativos que devem ser motivo de orgulho, mas precisa também ter consciência de que possui grandes desafios de infraestrutura.
“O primeiro passo é o Brasil se orgulhar das diferenças. O nosso case é diferente. Temos 80% a 90% das fontes de energia renovável. O nosso país tem dimensão continental, desafios de infraestrutura gigantescos. Tudo isso vai dar em uma solução diferente”, afirmou o executivo. “A discussão do compromisso social da energia tem que estar presente no debate. A transição é uma demanda da sociedade, mas a discussão do Brasil passa pelo debate socioeconômico do acesso à energia”, frisou.
Como exemplo de sucesso de empreendimento capaz de viabilizar a transição energética e reduzir o nível de emissão de gases do efeito estufa (GEEs), Coitinho citou o projeto Azulão-Jaguatirica, desenvolvido pela Eneva a partir de 2019 para garantir o abastecimento de gás natural ao estado de Roraima a partir das reservas de gás do Campo de Azulão, no Amazonas com a regaseificação para abastecer a usina de Jaguatirica II, em Boa Vista, capital de Roraima.
“O objetivo era trazer energia de forma mais limpa e mais barata para Roraima e a solução que a gente encontrou foi a produção de gás natural com liquefação e utilizar o transporte rodoviário para o transporte. Em Boa Vista (Roraima) a gente regaseifica”, explicou. Com capacidade instalada de 141 MW, a usina de Jaguatirica II gera energia suficiente para abastecer mais da metade da demanda do estado de Roraima, que antes era totalmente dependente da geração de energia a partir de térmicas a diesel.
“Essa é uma forma de descarbonizar, de fazer a transição energética e trazê-la de forma mais acessível, mais confiável e segura para uma região remota”, destacou Coitinho.
Ele destacou que a Eneva estuda diversas possibilidades para viabilizar a transição energética e a redução de emissões com segurança e viabilidade para a realidade brasileira, incluindo possibilidades com hidrogênio verde e o hidrogênio azul, gerado a partir do gás natural, e até mesmo a captura de carbono. Mas lembrou que essas tecnologias possuem também desafios, como a construção de uma solução para o carbono armazenado, no caso da captura, e os riscos do transporte, no caso do hidrogênio.
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